Atualmente existem diversos estereótipos atribuídos a
jogadores no geral. Sejam eles criados pela mídia ou pelos próprios jogadores
eles existem e são um problema que precisamos discutir.
O primeiro estereótipo que vejo, e considero o mais
alarmante é o de jogadores “casuais” e “hardcore”. Quem geralmente carrega esse
estereótipo são os jogadores hardcores olhando para jogadores que não gostam
dos mesmos jogos ou que não se comportam nos jogos da mesma forma “eficiente”
que eles. A verdade é que os jogadores considerados casuais se lembram muito
melhor da verdadeira função dos jogos: divertir. Não quer dizer que superar os
maiores desafios impostos pelos seus jogos favoritos não seja divertido, mas
muitas vezes o jogador hardcore julga se está se divertindo através do fato de
ainda estar jogando ou não. Os jogadores casuais são muito mais sensíveis nesse
aspecto. Se eles não se divertirem com o jogo imediatamente eles simplesmente
vão encontrar outra coisa para fazer, seja assistir televisão, seja ver fofocas no
site mais próximo ou qualquer outra coisa que os agrade mais que jogar.
Os jogadores casuais não estão errados. Se o jogo não cumpre
o objetivo de divertir então eles devem procurar outra coisa, seja um jogo ou não.
Os jogadores hardcore são muito mais dispostos a tolerar certos problemas em
jogos por saber que a recompensa no futuro pode valer à pena, pelo menos para
eles. Nenhuma das duas formas está errada, já que isso cabe a cada pessoa
decidir como ela vai se divertir. Então ficar agredindo jogadores pelas
escolhas de jogos deles não ajuda em nada. Tentem entender as escolhas de cada
um, ver as características daquele jogo que agradam o outro jogador e quem sabe
apresentar um jogo que tem aquelas características e um tempero casual ou hardcore,
dependendo do grupo no qual você se encaixa melhor. Mas sem forçar ou agredir.
Outro problema de estereótipo é entre os gêneros. Isso vem
de um acidente da indústria decorrente de dois fatos: Em primeiro lugar a maior
parte dos desenvolvedores é homem. Afinal a indústria começou com homens e eles
faziam as coisas da forma como os agradavam. O segundo motivo é que a indústria de jogos
nasceu há pouco tempo. Isso quer dizer que enquanto a indústria mundial de
todos os produtos se adaptava para absorver o mercado nascido através da
chegada do sexo feminino as posições de emprego a indústria de jogos
eletrônicos ainda lutava para sobreviver apenas com seu nicho de marmanjos.
Agora a indústria está madura o suficiente para começar a testar e explorar as
preferências femininas. Da mesma forma que o cinema levou tempo para descobrir
como levar as mulheres ao cinema nossa indústria também levará algum tempo, mas
isso será conquistado. Não podemos também obrigar as mulheres a gostarem dos
mesmos jogos de que gostamos. E não me entenda mal, elas têm todo o direito de
gostar de jogos supostamente para marmanjos. Eu não vejo um jogo sendo feito
para apenas homens. Acho que essa nunca foi a intenção, apenas um efeito
colateral das circunstâncias. Mas vale repetir que as pessoas tem o direito de
se divertir como quiserem, desde que não agridam ninguém.
As meninas do Girls of War mandam muito bem. Melhor que muito machista que se acha "O Bom" por ai. |
A questão aqui é basicamente a mesma para ambos os casos: é
difícil entender como as pessoas gostam de coisas das quais você não gosta. Mas
as pessoas têm esse direito e eu sinceramente acho que a indústria tem muito
mais a ganhar com pluralidade de público do quê perder. Sei que existe o medo
de não termos nossas grandes franquias onde nos divertimos a tanto tempo, mas a
verdade é que é a recompensa por procurar novos públicos é o risco de achar
novas formas de divertir a nós mesmos. E um risco maior ainda de poder
compartilhar essa nossa paixão com pessoas das quais gostamos, mas que não apreciavam
esse passa tempo da forma como apreciamos.
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